Cada vento que
senti, descreve o pior das tentações descritas nas piores canções, as que ainda
se ouvem e as que perduram nos corações que roubas pela calada, infeliz e
abandonado por quem sofre por um todo que nunca te significará nada, começam
assim as descrições de uma pessoa apaixonada.
Dizes palavras em
redor de um tufão, expressões que já nada me dizem, custa acreditar mas é difícil
expressar, aceitar que todas as crenças mataram o anjo que vivia em mim, voam
assim as penas ofendidas pela arma, usas e abusas dos desafios da vida, reaver
é algo impossível, mas na verdade tudo acabou para mim, neste turbilhão de
possibilidades.
Começam as complicações
ao sabor de memórias picuinhas, rasuradas e vendidas num tempo onde um favor se
torna uma obrigação de aceitar, o resumo de uma vida se limita ao caminhar dos
outros, aos poucos se perde a verdadeira razão de viver.
Todos os dedos e
cabelos, recordam as dores que o doce olhar provoca de uma forma subtil,
deixando na parede o ar quente, o mesmo que sobrecarrega a mente de pressão,
envolvida no desejo deixa-se rastejar na esperança que aguenta aos poucos e
poucos, na crueldade ciumenta de que tudo tem um fim.
Envolvido num
fogo que arde além do ser, fujo assim para um possível aquém da realidade,
tentando e perdendo a vontade, que se envenena num toque, no mais simples
cumprimentar, ficando assim muito para dizer e cinzas por desvanecer no ar, só
para ter a certeza de que valeu a pena, ferindo-me constantemente num silencio,
por uma ferradela sem essência, envolvendo a sequela de acções.
Quero escapar de
um presente permanente, perdoando o facto de faltar qualquer coisa, não tenho
medo de o dizer, o céu torna-se temporário no inferno que a tua presença criou,
penso assim constantemente num regresso que não tem fim, cheio de loucuras e
fotos escondidas, apenas para alimentar esta parva, persistente confiança no
maior dos seus invernos, queria mais do que possuo, mas seria como dizer que te
quero apenas para mim, fechando-te no mundo que criaste no meu horizonte, nunca
se tornara um facto oculto, óbvio demais para quem o analisar, mas nem por isso
a realidade se tornara clara para mim.