Ao luar confesso os meus ténues amores que
deixei como vento em polpa, semeados em corações que não desejavam, extinguiam qualquer
razão para sentir o clarão da minha alma e se auto declaram crentes de mentes
fechadas, onde corriam livres como cordeiros, mas presos que nem o sobreiro do
quintal, onde criava sonhos e desgostos de tudo e todos, dos tolos e miolos de pão
alimentavam o meu ser corrompido de perdão, que afinal demonstrou-se em vão
enquanto a clarabóia tornava solto o refrão, de tentar fazer das tripas coração,
assim acreditava eu sem sequer uma razão, em tudo o que sentia e no que nem
devia sequer sentir, tocar ao som da mais bela e trágica melodia feita na
surdez da mente e pelo poder de um olhar que escutava as cores, ignorava o silêncio
no meio de tantas acções, que de nada foram mais que consequências de impulso, rasgões
de sanidade, ao redor de infinitas versões de um verso que que com o tempo se
torna incompleto, devido a tanto curta como volátil vida, á larga sede da alma
que mais luta pelo que não quer, menos valor dá ao que sempre teve e se afunda
em ódios, gerados por quem nem sequer sabe o verdadeiro significado de amar.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
A minha capacidade de sonhar
Entre
as linhas de um verbo imperfeito estão escondidas acções que desejava ter
feito, bastava ver-te de novo para saber que o tempo passou e junto com ele as
saudades de te ter, nunca poderei ser teu enquanto amar a mim próprio.
Feliz com o que tenho, assim vou pensando minutos
a fio, reflicto no que foi e no que poderia ter sido de no meio de tantos
impulsos tivesse arriscado uma única vez, as noites descreviam desejos e beijos
que queria-te dar mas também medos que me afligiam ao ver-te aproximar de mim,
torna-se difícil respirar tanto que a minha mente torna-se vítima de uma
sanidade sem igual ao ver o deslumbre do teu corpo, ofuscado com o teu brilho
que queria conhecer, esse misterioso mundo escondido nesses serenos olhos
escuros que me observam em silêncio, tentam-me apenas com um olhar daqueles que
só tu sabes dar e no encantar da noite deixa-me sonhar sem parar, no que queria
fazer um dia nas paredes vazias de um quarto, torna-las assim as únicas
testemunhas de um amor que não quero partilhar.
Talvez seja injusto pensar que seria apenas
uma vontade vindo redondamente do meu mar, mas a verdade é que te afastaste no
horizonte sem avisar e com ele foi de mansinho a minha capacidade de sonhar,
até que o fado deixou para trás adormecido esta mistura de sensações e
paladares que um dia encontrei em ti.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Efémero o suficiente
Procuro nas estrelas uma resposta para o
eterno, mas apenas encontro desenhado o teu rosto, belo e sereno como a Lua que
brilha no céu oculto e nublado pelo que em sempre existiu, escuto o vento que
me faz tremer de frio tal e qual a tua presença, talvez insegurança e nunca
poderei dizer que me és indiferente.
Não tenho nada a perder e em ti procuro o
verdadeiro significado do amor, o mesmo que encontrei em contos e fados que
transmitem o impacto de uma vida como a mais rebelde melodia criada pela mais
pálida ideia criada pelo tempo passageiro, conselheiro para quem nunca poderá
dizer que é eterno nesta vida, porém enquanto viver posso dizer que o teu
brilho é efémero o suficiente para cativar o meu olhar e o deixar criar
miragens enquanto te manténs longe de mim, contudo nunca do meu coração.
Longe do mundo vive o meu pensamento,
envolvido nas memórias que criaste na minha vida, estrela cadente que ilumina o
meu céu e espero abraçar cada vez que desejar, quero a maior das espectativas
que fracassaram em várias tentativas, revividas mais uma vez por ti e
preenchendo os meus braços de alegria e o meu rosto de fantasia criada pelo
verbo amar, onde me encontrei de novo feliz, contigo no infinito mar de
escolhas que faço para a minha vida.
Mais forte que qualquer saudade
Na graciosidade das palavras encontro o
conforto, de certa forma entristecedor pois o que me faz falta é a tua
presença, o teu sorriso que nunca falha na minha presença mas neste momento a
distância é mais forte que qualquer saudade, doce amor ao ritmo da liberdade
que se conjuga num tempo distante.
Ao som de um toque procuro as tuas palavras,
castelos de sentimentos que afundam profundamente no meu ser, cada dia que
passa é como uma montanha, cresce sem se notar e no paladar de um beijo fica o
desejo que eu quero demostrar mas que não sei criar, talvez por o ter deixado
crescer tempo demais dentro do meu peito, talvez como consequência das feridas
que foram invadindo os meus sentimentos e me foram enterrando num mar de
incertezas e breves brisas que deixei entrar pela janela vazia de vontades.
Deixa-te levar pelo encanto do amor, o medo
de falhar é apenas um passo de intoxicação neste cinzento mundo, onde a
electricidade cortante anuncia a chegada de um novo arco-íris que cobrirá o céu
para nós onde se espera sem certezas que vale a pena sonhar por alguém tão
aéreo quanto o teu ser, tento ler o que o seu olhar quer, agarrando as
oportunidades e as palavras que ficam guardadas no caixão de um tempo
esquecido, apodrecido de tanto querer e tentar, contudo é nele que mergulho a
minha esperança, a mesma que nunca esperei encontrar de novo desde que a
infância deixou de ser uma fase da minha vida, pura alegria e tristeza divina
de não te ver enquanto o sol ilumina o meu rosto num dia frio, assim vivo dias
sem ti, uma pequena eternidade que marca presença como o inverno num pinheiro e
envolve cada pensamento unicamente em ti.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Vejo-te das nuvens
Remando
atrás de um novo destino, encontro no caminho o que deixei e fico indiferente
ao que em tempos acreditei, esperei dias, anos pelo que hoje estou a viver e
cada vez menos sei se era isto que queria, pois não fazes mais parte da minha
vida, seguiste o teu fado e a nossa amizade foi ficando de lado, esquecida na
praia vazia em pleno Inverno.
Cada dia fica mais frio e não vejo mais o teu
ponto de abrigo, as tuas conversas, o teu carinho que me alegrava de manhã
enquanto acordava com aquele pessimismo, que se limitaria a aulas e livros
cheios de palavras que esperava compreender, contudo nem sei o que isso é, pois
a vida afastou a escola do meu caminho e cada vez menos sei o que devia,
deixo-me perder num passado em que acreditava poder segurar com as minhas
próprias mãos, mas tal como a água escorre pelo rio tu fugiste do meu caminho,
no oculto fui procurando algo novo que me pudesse esconder esta tristeza, quero
sonhar, sorrir desmedidamente em plenitude com um estado de felicidade, sei que
era suposto ser um segredo mas cada vez mais sinto vontade de dizer ao mundo
que sinto falta desse teu sorriso.
Agora estou a voar alto e vejo-te das nuvens,
a lutar e a viver como sempre o fizeste mas os dias tornaram-se mais pequenos,
anoitecem cada vez que deixo de sentir esse teu cheiro e o karma domina este
fim de dia onde a lua está alta e finjo estar satisfeito apenas de relembrar,
traçam-se dias sem valor e ventos sem calor que traduzem os mil oceanos que vi
sem ti no horizonte, perdoados pela queda da neve que em vão representa a
pureza deste amor no fim dos seus dias, ainda fiel a um não, o mesmo que me fez
correr para uma sala onde largos rios correram do meu rosto, transformaram o
moço num homem que perdia as esperanças na sua primeira paixão, que
representara a ferida que o cupido deixara no seu coração, sem escolha ou razão
para assim sofrer.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
O meu coração
Despedaçado está o meu coração que sofre em
vão por quem não merece, no fundo do poço, procurando uma solução para voltar á
vida, sentir mais uma vez o amor emitido por tudo e todos, curado da maldade
que escorraça em sangue puro e inocente que corre nas minhas veias sem cessar,
sem esperança em alguém como tu, não perdoa o silencia em que foi encerrado,
tão fundo quando possível, recupera assim alimentando-se de rancor e ódio que
em tempos foi desejo e calor, que me davam razões para viver este sonho que
atormentava os meus medos e fazia-me respirar de alegria por ti.
Ando por estas bandas mais uma vez,
aborrecido e ferido, sem um abraço terno que me aquecera em tempos e despertava
o meu interior com toques e beijos que me salvavam desta rotina complicada, talvez
deva mudar a jogada e deixar de andar em volta no meu próprio eixo de
pensamentos, voltar a face para um destino enublado onde passas a ser uma
miragem, a mesma que eu luto para esquecer, mata-me, corrói-me por dentro e
deixou-me lutar pelo que nunca teria destino, entrelaçado com Atena que me
deixa confiante numa paixão tão forte, porém planta fragilidade no meu
pensamento, uma possível nova desilusão que me prende a um passado que faz eco
no meu fado, sem razão aparente na minha mente á beira de uma fonte de
saudades, de beldades que ficam em papel doce que derretia na minha bica que nem
algodão doce, agora apenas restam rios secos que as lágrimas desenham no meu
rosto, assim demonstravam a dor que fazia sofrer o meu peito horas a fio
enquanto afundava-se no abismo, causado pelo fim dos nossos sonhos que se
tornaram escravos do impossível.
De volta á liberdade que me deixa novamente
acreditar, procuro alguém que me quer bem, no local onde as cerejeiras em flor
são o sinal de uma nova primavera, capaz de alegrar mais uma vez e fazer
perdoar Hermes e os seus estragos, cacos de vidro espelhando os meus pés que
nem picos de rosas, em redor de um altar onde o troféu será poder amar a bela
donzela pelo qual bate o maior dos músculos, o irmão do pensamento, o meu coração.
Subscrever:
Mensagens (Atom)